terça-feira, 27 de julho de 2010

Drogas estimulantes da atividade mental.

São incluídas nesse grupo as drogas que aumentam a atividade de determinados sistemas neuronais, o que traz como consequências um estado de alerta exagerado, insônia e aceleração dos processos psíquicos.

  • Anfetaminas: são substâncias sintéticas. Muitas vezes, a denominação "anfetaminas" é utilizada para resignar todo o grupo de drogas que apresentam ações semelhantes à anfetamina, a primeira delas produzida em laboratório. Dessa forma, são exemplos de drogas "anfetamínicas" o fenproporex, o metilfenidato, a metanfetamina e a dietilpropiona. Seu mecanismo de ação é aumentar a liberação e prolongar o tempo de atuação de neurotransmissores utilizados pelo cérebro, a dopamina e a noradrenalina.

Efeitos do uso de anfetaminas:

  • Diminuição do sono e do apetite;
  • Sensação de maior energia e menor fadiga, mesmo quando realiza esforços excessivos, o que pode ser prejudicial;
  • Rapidez na fala;
  • Dilatação da pupila;
  • Taquicardia;
  • Elevação da pressão arterial;

Doses tóxicas: com doses tóxicas, acentuam-se os efeitos. O indivíduo tende a ficar mais irritável e agressivo e pode considerar-se vítima de perseguição inexistente (delírios persecutórios) e ter alucinações e convulsões.

Tolerância e abstinência: o consumo dessas drogas induz a tolerância. Não se sabe com certeza se ocorre uma verdadeira síndrome de abstinência. São frequentes os relatos de sintomas depressivos como falta de energia, desânimo, perda de motivação, que, por vezes, são bastante intensos quando há interrupção do uso dessas substâncias.

Uso clínico: entre outros usos, destaca-se sua utilização como moderadores de apetite (remédios de regime).

  • Cocaína: é uma substância extraída de uma planta existente na América do Sul, popularmente conhecida como coca (Erythroxylon coca). Pode ser consumida na forma de pó (cloridrato de cocaína), aspirado ou dissolvido em água e injetado na corrente sanguínea, ou sob a forma de uma base, que é fumada, o crack. Existe ainda a pasta de coca, um produto menos purificado, que também pode ser fumado, conhecido como merla.

Mecânismo de ação no SNC: seu mecanismo de ação é muito semelhante ao das anfetaminas, mas a cocaína atua ainda sobre um terceiro neurotransmissor, a seretonina, além da noradrenalina e da dopamina. A cocaína apresenta também propriedade de anestésico local que independem de sua atuação no cérebro. Essa era, no passado, uma das indicações de uso médico da substância, hoje absoleta. Seus efeitos têm início rápido e duração breve. No entanto, são mais intensos e fugazes quando a via de utilização é a intravenosa ou quando o indivíduo utiliza o crack.

Efeitos da uso da cocaína:

  • Sensação intensa de euforia e poder;
  • Estado de excitação;
  • Hiperatividade;
  • Insônia;
  • Falta de apetite;
  • Perda de sensação de cansaço;

Tolerância e abstinência: observa-se o aumento progressivo das doses consumidas. No uso do crack, os indivíduos desenvolvem dependência severa rapidamente, muitas vezes em poucos meses ou mesmo algumas semanas de uso. Com doses maiores, observam-se outros efeitos como irritabilidade, agressividade, e até delírios e alucinações, que caracterizam um verdadeiro estado psicótico, a psicose cocaínica. Também podem ser observados aumento da temperatura e convulsões, frequentemente de difícil tratamento, que podem levar à morte se esses sintomas forem prolongados. Ocorrem ainda dilatação pupilar, elevação da pressão arterial e taquicardia (os efeitos podem levar até a parada cardíaca por fibrilação ventricular, uma das possíveis causas de morte por superdosagem).

Fator de risco de infarto e acidente vascular cerebral - AVC


Mais recentemente e de modo cada vez mais frequente, têm-se verificado alterações persistentes na circulação cerebral em indivíduos dependentes de cocaína. Existem evidências de que o uso de cocaína seja um fator de risco para o desenvolvimento de infartos do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais - AVCs em indivíduos relativamente jovens. Um processo de degeneração irreversível da musculatura (rabdomiólise) em usuários crônicos da cocaína também já foi descrito.


Fonte: Curso de Prevenção do Uso de Drogas para Educadores de Escolas Públicas. Brasília 2008.

Imagem retirada do site: http://www.fayerwayer.com.br/ ultimo acesso em: 26/07/2010










domingo, 18 de julho de 2010

Conheça as principais drogas depressoras da atividade mental.



Drogas depressoras:


Ácool: o álcool etílico é um produto da fermentação de carboidratos (açúcares) presentes nos vegetais. Suas propriedades euforizantes e intoxicantes são conhecidas desde tempos pré-históricos, praticamente todas as culturas têm ou tiveram alguma experiência com sua utilização. É uma droga psicotrópica muito usada e por pessoas de diferentes países.

Existem bebidas que podem ter uma concentração de álcool de até 10%. O álcool em doses baixas, é utilizado sobretudo, por causa da sua ação euforizante e da capacidade de diminuir suas inibições, o que facilita a interação social.

Há uma relação entre os efeitos do álcool e os níveis de substância no sangue, que variam em razão do tipo de bebida utilizada, da frequência de consumo, da presença de alimentos no estômago...

Níveis de álcool no sangue:

  • Baixo: desinibição do comportamento, diminuição da crítica, alteração de humor, incoordenação motora, prejuízo das funções sensoriais;
  • Médio: maior incoordenação motora (ataxia), a fala torna-se pastosa, há dificuldade de marcha e aumento importante do tempo de resposta (reflexos lentos), aumento da sonolência, com prejuízo das capacidades de raciocínio e concentração;
  • Alto: podem surgir náuseas e vômitos, visão dupla, acentuação da ataxia e da sonolência (até o coma), pode ocorrer hipotermia e morte por parada rspiratória;

O álcool induz tolerância (necessidade de quantidades progressivamente maiores da substância para se produzir o mesmo efeito desejado ou intoxicação) e símdrome de abstinência (sintomas desagradáveis que ocorrem com a redução ou com a interrupção do consumo da substância).


Barbitúricos: são um grupo de substâncias sintetizadas artificialmente desde o começo do século XX, possuem diversas propriedades em comum com o álcool e com outros tranquilizantes (bezoadizepínicos).

Seu uso inicial foi dirigido ao tratamento da insônia, porém a dose para causar os efeitos terapêuticos desejáveis não é muito distante da dose tóxica ou letal. O sono produzido por essas drogas, assim como aquele provocado por todas as drogas indutoras do sono, é muito diferente do sono "natural" (fisiológico).

Efeitos causados por essa droga:

  • Diminuição da capacidade de raciocínio e concentração;
  • A sensação de calma, relaxamento e sonolência;
  • Reflexos mais lentos;
Com doses um pouco maiores, as pessoas tem sintomas semelhantes à embriagues, com lentidão nos movimentos, fala pastosa e dificuldade de marcha.

Doses tóxicas dos barbitúricos podem provocar:

  • Surgimento de sinais de incoordenação motora;
  • Acentuação significativa da sonolência, que pode chegar ao coma;
  • Morte por parada respiratória;

São drogas que causam tolerância (sobretudo quando o indivíduo utiliza altas doses desdes o início) e síndrome de abstinência quando ocorre sua retirada, o que provoca insônia, irritação agressividade, ansiedade e até convulsões.

Em geral, geral são ultilizados na prática clínica para indução anestésica (tiopental) e como anticonvulsivantes (fenobarbital).

Benzoadizepínicos: esse grupo de substâncias começou a ser usado na medicina durante os anos 60 e possui similaridades importantes com os barbitúricos em termos de ações farmacológicas, com a vantagem de oferecer uma maior margem de segurança, ou seja, a dose tóxica é muitas vezes maior que a terapêutica. Atuam potencializando as ações do GABA (ácido gama-amino-butírico), o principal neurotransmissor inibitório do SNC.

Como consequência dessa ação, os benzodiazepínicos produzem:

  • Diminuição da ansiedade;
  • Indução do sono;
  • Relaxamento muscular;
  • Redução do estado de alerta;
Essas drogas dificultam ainda os processos de aprendizagem e memória, alteram também funções motoras, prejudicando atividades como dirigir automóveis e outras que exijam reflexos rápidos.

As doses tóxicas dessas drogas são bastante altas, mas pode ocorrer intoxicação se houver uso de outros depressores da atividade mental, principalmente álcool ou barbitúricos. O quadro de intoxicação é muito semelhante ao causado por barbitúricos.

Existem centenas de compostos comerciais disponíveis, que diferem somente em relação à velocidade e duração total de sua ação. Alguns são mais bem utilizados cilinicamente como indutores do sono, enquanto outros são empregados no controle da ansiedade ou para prevenir a convulsão.

Opióides: grupo que inclui drogas "naturais", derivadas da papoula do oriente (papaver somniferum), sintética e semi-sintéticas, obtidas a partir de modificações químicas em substâncias naturais. As drogas mais conhecidas desse grupo são a morfina, a heroína e a codeína, além de diversas substâncias totalmente sintetizadas em laboratório.

Sua ação decorre da capacidade de imitar o funcionamento de diversas substâncias naturalmente produzidas pelo organismo, como as endorfinas e as encefalinas. Normalmente, são drogas depressoras da atividade mental, mas possuem ações mais específicas como analgesia e de inibição do reflexo da tosse.

Causam os seguintes efeitos:

  • Contração pupilar importante;
  • Diminuição da motilidade do trato gastrointestinal;
  • Efeito sedativo, que prejudica a capacidade de concentração;
  • Torpor e sonolência;

Os opióides deprimem o centro respiratório, provocando desde a respiração mais lenta e superficial até parada respiratória, perda de consciência e morte.

Efeitos da abstinência:

  • Náuseas e vômitos;
  • Lacrimejamento;
  • Corrimento nasal;
  • Cólicas intestinais;
  • Piloereção, com duração de até 12 dias;
  • Câimbra;
  • Diarréia;
Uso clínico:

Os medicamentos à base de opióides são usados para controlar a tosse, a diarréia e como analgésicos potentes. Ex: morfina, heroína, codeína meperidina e propoxifeno.

Solventes ou inalantes: esse grupo de substâncias, entre os depressores, não possui nenhuma utilização clínica, com exceção do éter etílico e do clorofórmio, que já foram largamente empregados como anestésicos gerais. Podem tanto ser inalados involuntariamente por trabalhadores como podem ser utilizados como drogas de abuso, por exemplo, a cola de sapateiro. Outros exemplos são o tolueno, o xilol, o n-hexano, o acetato de etila, o tricloroetileno, além dos já citados éter e clorofórmio, cuja mistura é chamada de "lança perfume", "cheirinho" ou "loló".

Os efeitos têm início bastante rápido após a inalação, de segundos à minutos, e também tem curta duração, o que predispõe o usuário a inalações repetidas, com consequências às vezes desatrosas.

Efeitos observados:

  • Primeira fase = euforia, com diminuição de inibição de comportamento;
  • Segunda fase = predomínio da depressão da SNC, o indivíduo torna-se confuso, desorientado. Podem também ocorrer alucinações auditivas e visuais;
  • Terceira fase = a depressão se aprofunda, com redução acentuada do estado de alerta. Incoordenação ocular e motora (marcha vacilante, fala pastosa, reflexos bastante diminuídos). As alucinações tornam-se mais evidentes;
  • Quarta fase = depressão tardia. Ocorre inconsciência. Pode haver convulsões, coma e morte.
O uso crônico dessas substâncias pode levar à destruição de neurônios causando danos irreversíveis ao cérebro, assim como lesões no fígado, rins, nervos periféricos e medula óssea.

Outro efeito ainda pouco esclarecido dessas substâncias é sua interação com a adrenalina, pois aumenta sua capacidade de causar arritmias cardíacas, o que pode provocar morte súbita.

Fonte: Curso de prevenção do uso de drogas para professores de escolas públicas. Brasília 2008.



Efeito das Drogas. Esse é um vídeo muito importante!

sábado, 17 de julho de 2010

Classificação das drogas.

As drogas causam alteração no funcionamento cerebral, causando modificações no estado mental do indivíduo, por isso são chamadas de drogas psicotrópicas ou substâncias psicoativas.
Vale lembrar que nem todas as substâncias psicoativas tem a capacidade de provocar dependência. no entanto, há substâncias aparentemente inofensivas e presentes em muitos produtos de uso domésticos que tem esse p oder.
As drogas estão classificadas em:
  • Drogas Lícitas: são as que podem ser livremente obtidas. Algumas estão submetidas a certas restrições, são como os medicamentos que só podem ser adquiridos por meio de prescrição médica especial.
  • Drogas Ilícitas: são as drogas proíbidas por lei.

Existe uma classificação de interesse didático, que se baseia nas ações aparentes das drogas sobre o Sistema Nervoso Central (SNC), conforme as modificações observáveis na atividade mental ou no comportamento da pessoa que utiliza substância:

  • Drogas depressoras da atividade mental;
  • Drogas estimulantes da atividade mental;
  • Drogas perturbadoras da atividade mental;

Fonte: Curso de prevenção do uso de drogas para educadores de escolas públicas. Brasília 2008.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

O que são drogas?

Droga, segundo a definição da Organização Mundial da Saúde, é qualquer substância não produzida pelo organismo que tem a propriedade de atuar sobre um ou mais de seus sistemas, produzindo alterações em seu funcionamento.
Uma droga não é por si só boa ou má. Existem substâncias que são usadas com a finalidade de produzir efeitos benéficos, como o tratamento de doenças, e são consideradas medicamentos. Mas também existem substâncias que provocam malefícios à saúde, os venenos ou tóxicos. É interessante que a mesma substância pode funcionar como medicamentos em algumas situações e como tóxicos em outras.
Fonte: Curso de prevenção do uso de drogas para educadores de escolas públicas. Brasília 2008.