domingo, 18 de julho de 2010

Conheça as principais drogas depressoras da atividade mental.



Drogas depressoras:


Ácool: o álcool etílico é um produto da fermentação de carboidratos (açúcares) presentes nos vegetais. Suas propriedades euforizantes e intoxicantes são conhecidas desde tempos pré-históricos, praticamente todas as culturas têm ou tiveram alguma experiência com sua utilização. É uma droga psicotrópica muito usada e por pessoas de diferentes países.

Existem bebidas que podem ter uma concentração de álcool de até 10%. O álcool em doses baixas, é utilizado sobretudo, por causa da sua ação euforizante e da capacidade de diminuir suas inibições, o que facilita a interação social.

Há uma relação entre os efeitos do álcool e os níveis de substância no sangue, que variam em razão do tipo de bebida utilizada, da frequência de consumo, da presença de alimentos no estômago...

Níveis de álcool no sangue:

  • Baixo: desinibição do comportamento, diminuição da crítica, alteração de humor, incoordenação motora, prejuízo das funções sensoriais;
  • Médio: maior incoordenação motora (ataxia), a fala torna-se pastosa, há dificuldade de marcha e aumento importante do tempo de resposta (reflexos lentos), aumento da sonolência, com prejuízo das capacidades de raciocínio e concentração;
  • Alto: podem surgir náuseas e vômitos, visão dupla, acentuação da ataxia e da sonolência (até o coma), pode ocorrer hipotermia e morte por parada rspiratória;

O álcool induz tolerância (necessidade de quantidades progressivamente maiores da substância para se produzir o mesmo efeito desejado ou intoxicação) e símdrome de abstinência (sintomas desagradáveis que ocorrem com a redução ou com a interrupção do consumo da substância).


Barbitúricos: são um grupo de substâncias sintetizadas artificialmente desde o começo do século XX, possuem diversas propriedades em comum com o álcool e com outros tranquilizantes (bezoadizepínicos).

Seu uso inicial foi dirigido ao tratamento da insônia, porém a dose para causar os efeitos terapêuticos desejáveis não é muito distante da dose tóxica ou letal. O sono produzido por essas drogas, assim como aquele provocado por todas as drogas indutoras do sono, é muito diferente do sono "natural" (fisiológico).

Efeitos causados por essa droga:

  • Diminuição da capacidade de raciocínio e concentração;
  • A sensação de calma, relaxamento e sonolência;
  • Reflexos mais lentos;
Com doses um pouco maiores, as pessoas tem sintomas semelhantes à embriagues, com lentidão nos movimentos, fala pastosa e dificuldade de marcha.

Doses tóxicas dos barbitúricos podem provocar:

  • Surgimento de sinais de incoordenação motora;
  • Acentuação significativa da sonolência, que pode chegar ao coma;
  • Morte por parada respiratória;

São drogas que causam tolerância (sobretudo quando o indivíduo utiliza altas doses desdes o início) e síndrome de abstinência quando ocorre sua retirada, o que provoca insônia, irritação agressividade, ansiedade e até convulsões.

Em geral, geral são ultilizados na prática clínica para indução anestésica (tiopental) e como anticonvulsivantes (fenobarbital).

Benzoadizepínicos: esse grupo de substâncias começou a ser usado na medicina durante os anos 60 e possui similaridades importantes com os barbitúricos em termos de ações farmacológicas, com a vantagem de oferecer uma maior margem de segurança, ou seja, a dose tóxica é muitas vezes maior que a terapêutica. Atuam potencializando as ações do GABA (ácido gama-amino-butírico), o principal neurotransmissor inibitório do SNC.

Como consequência dessa ação, os benzodiazepínicos produzem:

  • Diminuição da ansiedade;
  • Indução do sono;
  • Relaxamento muscular;
  • Redução do estado de alerta;
Essas drogas dificultam ainda os processos de aprendizagem e memória, alteram também funções motoras, prejudicando atividades como dirigir automóveis e outras que exijam reflexos rápidos.

As doses tóxicas dessas drogas são bastante altas, mas pode ocorrer intoxicação se houver uso de outros depressores da atividade mental, principalmente álcool ou barbitúricos. O quadro de intoxicação é muito semelhante ao causado por barbitúricos.

Existem centenas de compostos comerciais disponíveis, que diferem somente em relação à velocidade e duração total de sua ação. Alguns são mais bem utilizados cilinicamente como indutores do sono, enquanto outros são empregados no controle da ansiedade ou para prevenir a convulsão.

Opióides: grupo que inclui drogas "naturais", derivadas da papoula do oriente (papaver somniferum), sintética e semi-sintéticas, obtidas a partir de modificações químicas em substâncias naturais. As drogas mais conhecidas desse grupo são a morfina, a heroína e a codeína, além de diversas substâncias totalmente sintetizadas em laboratório.

Sua ação decorre da capacidade de imitar o funcionamento de diversas substâncias naturalmente produzidas pelo organismo, como as endorfinas e as encefalinas. Normalmente, são drogas depressoras da atividade mental, mas possuem ações mais específicas como analgesia e de inibição do reflexo da tosse.

Causam os seguintes efeitos:

  • Contração pupilar importante;
  • Diminuição da motilidade do trato gastrointestinal;
  • Efeito sedativo, que prejudica a capacidade de concentração;
  • Torpor e sonolência;

Os opióides deprimem o centro respiratório, provocando desde a respiração mais lenta e superficial até parada respiratória, perda de consciência e morte.

Efeitos da abstinência:

  • Náuseas e vômitos;
  • Lacrimejamento;
  • Corrimento nasal;
  • Cólicas intestinais;
  • Piloereção, com duração de até 12 dias;
  • Câimbra;
  • Diarréia;
Uso clínico:

Os medicamentos à base de opióides são usados para controlar a tosse, a diarréia e como analgésicos potentes. Ex: morfina, heroína, codeína meperidina e propoxifeno.

Solventes ou inalantes: esse grupo de substâncias, entre os depressores, não possui nenhuma utilização clínica, com exceção do éter etílico e do clorofórmio, que já foram largamente empregados como anestésicos gerais. Podem tanto ser inalados involuntariamente por trabalhadores como podem ser utilizados como drogas de abuso, por exemplo, a cola de sapateiro. Outros exemplos são o tolueno, o xilol, o n-hexano, o acetato de etila, o tricloroetileno, além dos já citados éter e clorofórmio, cuja mistura é chamada de "lança perfume", "cheirinho" ou "loló".

Os efeitos têm início bastante rápido após a inalação, de segundos à minutos, e também tem curta duração, o que predispõe o usuário a inalações repetidas, com consequências às vezes desatrosas.

Efeitos observados:

  • Primeira fase = euforia, com diminuição de inibição de comportamento;
  • Segunda fase = predomínio da depressão da SNC, o indivíduo torna-se confuso, desorientado. Podem também ocorrer alucinações auditivas e visuais;
  • Terceira fase = a depressão se aprofunda, com redução acentuada do estado de alerta. Incoordenação ocular e motora (marcha vacilante, fala pastosa, reflexos bastante diminuídos). As alucinações tornam-se mais evidentes;
  • Quarta fase = depressão tardia. Ocorre inconsciência. Pode haver convulsões, coma e morte.
O uso crônico dessas substâncias pode levar à destruição de neurônios causando danos irreversíveis ao cérebro, assim como lesões no fígado, rins, nervos periféricos e medula óssea.

Outro efeito ainda pouco esclarecido dessas substâncias é sua interação com a adrenalina, pois aumenta sua capacidade de causar arritmias cardíacas, o que pode provocar morte súbita.

Fonte: Curso de prevenção do uso de drogas para professores de escolas públicas. Brasília 2008.