Drogas depressoras:
Ácool: o álcool etílico é um produto da fermentação de carboidratos (açúcares) presentes nos vegetais. Suas propriedades euforizantes e intoxicantes são conhecidas desde tempos pré-históricos, praticamente todas as culturas têm ou tiveram alguma experiência com sua utilização. É uma droga psicotrópica muito usada e por pessoas de diferentes países.
Há uma relação entre os efeitos do álcool e os níveis de substância no sangue, que variam em razão do tipo de bebida utilizada, da frequência de consumo, da presença de alimentos no estômago...
Níveis de álcool no sangue:
- Baixo: desinibição do comportamento, diminuição da crítica, alteração de humor, incoordenação motora, prejuízo das funções sensoriais;
- Médio: maior incoordenação motora (ataxia), a fala torna-se pastosa, há dificuldade de marcha e aumento importante do tempo de resposta (reflexos lentos), aumento da sonolência, com prejuízo das capacidades de raciocínio e concentração;
- Alto: podem surgir náuseas e vômitos, visão dupla, acentuação da ataxia e da sonolência (até o coma), pode ocorrer hipotermia e morte por parada rspiratória;
O álcool induz tolerância (necessidade de quantidades progressivamente maiores da substância para se produzir o mesmo efeito desejado ou intoxicação) e símdrome de abstinência (sintomas desagradáveis que ocorrem com a redução ou com a interrupção do consumo da substância).
Barbitúricos: são um grupo de substâncias sintetizadas artificialmente desde o começo do século XX, possuem diversas propriedades em comum com o álcool e com outros tranquilizantes (bezoadizepínicos).
Seu uso inicial foi dirigido ao tratamento da insônia, porém a dose para causar os efeitos terapêuticos desejáveis não é muito distante da dose tóxica ou letal. O sono produzido por essas drogas, assim como aquele provocado por todas as drogas indutoras do sono, é muito diferente do sono "natural" (fisiológico).Efeitos causados por essa droga:
- Diminuição da capacidade de raciocínio e concentração;
- A sensação de calma, relaxamento e sonolência;
- Reflexos mais lentos;
Doses tóxicas dos barbitúricos podem provocar:
- Surgimento de sinais de incoordenação motora;
- Acentuação significativa da sonolência, que pode chegar ao coma;
- Morte por parada respiratória;
São drogas que causam tolerância (sobretudo quando o indivíduo utiliza altas doses desdes o início) e síndrome de abstinência quando ocorre sua retirada, o que provoca insônia, irritação agressividade, ansiedade e até convulsões.
Em geral, geral são ultilizados na prática clínica para indução anestésica (tiopental) e como anticonvulsivantes (fenobarbital).Benzoadizepínicos: esse grupo de substâncias começou a ser usado na medicina durante os anos 60 e possui similaridades importantes com os barbitúricos em termos de ações farmacológicas, com a vantagem de oferecer uma maior margem de segurança, ou seja, a dose tóxica é muitas vezes maior que a terapêutica. Atuam potencializando as ações do GABA (ácido gama-amino-butírico), o principal neurotransmissor inibitório do SNC.
Como consequência dessa ação, os benzodiazepínicos produzem:
- Diminuição da ansiedade;
- Indução do sono;
- Relaxamento muscular;
- Redução do estado de alerta;
As doses tóxicas dessas drogas são bastante altas, mas pode ocorrer intoxicação se houver uso de outros depressores da atividade mental, principalmente álcool ou barbitúricos. O quadro de intoxicação é muito semelhante ao causado por barbitúricos.
Existem centenas de compostos comerciais disponíveis, que diferem somente em relação à velocidade e duração total de sua ação. Alguns são mais bem utilizados cilinicamente como indutores do sono, enquanto outros são empregados no controle da ansiedade ou para prevenir a convulsão.Opióides: grupo que inclui drogas "naturais", derivadas da papoula do oriente (papaver somniferum), sintética e semi-sintéticas, obtidas a partir de modificações químicas em substâncias naturais. As drogas mais conhecidas desse grupo são a morfina, a heroína e a codeína, além de diversas substâncias totalmente sintetizadas em laboratório.
Sua ação decorre da capacidade de imitar o funcionamento de diversas substâncias naturalmente produzidas pelo organismo, como as endorfinas e as encefalinas. Normalmente, são drogas depressoras da atividade mental, mas possuem ações mais específicas como analgesia e de inibição do reflexo da tosse.
Causam os seguintes efeitos:
- Contração pupilar importante;
- Diminuição da motilidade do trato gastrointestinal;
- Efeito sedativo, que prejudica a capacidade de concentração;
- Torpor e sonolência;
Os opióides deprimem o centro respiratório, provocando desde a respiração mais lenta e superficial até parada respiratória, perda de consciência e morte.
Efeitos da abstinência:
- Náuseas e vômitos;
- Lacrimejamento;
- Corrimento nasal;
- Cólicas intestinais;
- Piloereção, com duração de até 12 dias;
- Câimbra;
- Diarréia;
Os medicamentos à base de opióides são usados para controlar a tosse, a diarréia e como analgésicos potentes. Ex: morfina, heroína, codeína meperidina e propoxifeno.
Solventes ou inalantes: esse grupo de substâncias, entre os depressores, não possui nenhuma utilização clínica, com exceção do éter etílico e do clorofórmio, que já foram largamente empregados como anestésicos gerais. Podem tanto ser inalados involuntariamente por trabalhadores como podem ser utilizados como drogas de abuso, por exemplo, a cola de sapateiro. Outros exemplos são o tolueno, o xilol, o n-hexano, o acetato de etila, o tricloroetileno, além dos já citados éter e clorofórmio, cuja mistura é chamada de "lança perfume", "cheirinho" ou "loló".
Os efeitos têm início bastante rápido após a inalação, de segundos à minutos, e também tem curta duração, o que predispõe o usuário a inalações repetidas, com consequências às vezes desatrosas.
Efeitos observados:
- Primeira fase = euforia, com diminuição de inibição de comportamento;
- Segunda fase = predomínio da depressão da SNC, o indivíduo torna-se confuso, desorientado. Podem também ocorrer alucinações auditivas e visuais;
- Terceira fase = a depressão se aprofunda, com redução acentuada do estado de alerta. Incoordenação ocular e motora (marcha vacilante, fala pastosa, reflexos bastante diminuídos). As alucinações tornam-se mais evidentes;
- Quarta fase = depressão tardia. Ocorre inconsciência. Pode haver convulsões, coma e morte.
Outro efeito ainda pouco esclarecido dessas substâncias é sua interação com a adrenalina, pois aumenta sua capacidade de causar arritmias cardíacas, o que pode provocar morte súbita.