Podemos definir alucinação como uma percepção sem objeto, ou seja, pessoa que vê, ouve ou sente algo que realmente não existe. Delírio, por sua vez, pode ser definido como um falso juízo da realidade, ou seja, o indivíduo passa a atribuir significados anormais aos eventos que ocorrem à sua volta, por exemplo, no caso do delírio persecutório, nota, em toda parte, indícios claros - embora irreais - de uma perseguição contra a sua pessoa. Esse tipo de fenômeno ocorre de forma espontânea em certas doenças mentais denominadas psicoses, razão pela qual essas drogas também são chamadas psicotiméticos.
Maconha:
Há uma grande variação na quantidade de THC produzida pela planta, tudo conforme as condições do solo, clima e tempo decorrido entre a colheita e o uso, bem como na sensibilidade das pessoas à sua ação, o que explica a capacidade de a maconha produzir efeitos mais ou menos intensos.
Efeitos psíquicos
Agudos: esses efeitos podem ser descritos como uma sensação de bem-estar, acompanhada de calma e relaxamento, menos fadiga e hilariedade, enquanto, em outros casos, podem ser descritos como angústia, atordoamento, ansiedade e medo de perder o auto controle, com tremores e sudorese.
Há uma perturbação na capacidade de calcular o tempo e o espaço, além de um prejuízo da memória e atenção. Com doses maiores ou conforme sensibilidade individual, podem ocorrer perturbações mais evidentes no psiquismo, com predominância de delírios e alucinações.
Crônicos: O uso continuado interfere na capacidade de aprendizado e memorização. Pode induzir um estado de diminuição da motivação, que pode chegar à síndrome amotivacional, ou seja, a pessoa não sente vontade de fazer mais nada, tudo parece ficar sem graça, perder a importância.
Efeitos físicos
Agudos: hiperemia conjutival (os olhos ficam avermelhados), diminuição da produção da saliva (sensação de secura na boca), taquicardia com frequência de 140 batimentos por minutos ou mais.
Crônicos: problemas respiratórios são comuns, uma vez que a fumaça produzida pela maconha é muito irritante, além de conter alto teor de alcatrão (maior que no caso do tabaco) e nele existir uma substância chamada benzopireno, um conhecido agente cancerígeno.
- Distorções perceptivas (cores, formas e contornos alterados);
- Fusão dos sentidos (por exemplo, a impressão de que os sons adquirem forma ou cor);
- Perda da discriminação de tempo e espaço (minutos parecem horas ou metros assemelhan-se a quilômetros);
- Alucinações (visuais ou auditivas) podem ser vivenciadas como sensações agradáveis, mas também podem deixar o usuário extremamente amedrontado;
- Estados de exaltação (coexistem com muita ansiedade, angústia e pânico são relatados como boas ou más "viagens");
- Ansiedade muito intensa, depressão e até quadros psicóticos por longo período após o consumo;
Uma observação, uma variante chamada flashback pode acontecer, após semanas ou meses do consumo, o usuário volta a apresentar repentinamente todos os efeitos psíquicos da experiência anterior.
Efeitos no resto do organismo: alteração do pulso, dilatação da pupila, episódios de convulsão.
A tolerância e abstinência desenvolve-se muito rapidamente, mas também há um desaparecimento rápido com a interrupção do uso da substância.
Importante: O Ministério da Saúde do Brasil não reconhece nenhum uso clínico dos alucinógenos, e sua produção, porte e comércio são proibidos no território nacional.
Ecstasy
É uma substância alucinógena e também apresenta propriedades estimulantes. Seu uso é frequentemente associado a certas subculturas, como alguns grupos de jovens frequentadores de danceterias ou boates. Há relatos de casos de morte por hipertermia maligna, em que a participação da droga não é completamente esclarecida. Possivelmente, a droga estimula a hiperatividade e aumenta a sensação de sede ou, talvez, induza um quadro tóxico específico.
Fonte: Curso de prevenção do uso de drogas para educadores de escola pública. Ministério da Educação. Brasília 2008.